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sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Parabéns por quê?

Eu sei que alguns dirão: "Mas você já postou isso antes!", "Que decadência, tá sem inspiração, é?" Mas o fato é que neste sábado eu completo 24 primaveras e preciso deixar claro algumas coisinhas caso alguém queira me ligar.

PARABÉNS POR QUÊ?

Hoje foi aniversário de uma garota da minha classe e, após o anúncio de uma amiga, todos correram para dar os parabéns. Eu que não sou lá tão chegado da garota resolvi ficar na minha, assistindo a cena. Fiquei pensando cá com meus botões: o que será que nos leva a parabenizar uma pessoa que está ficando mais velha? Tentei refletir sobre o significado da expressão “parabéns”. Cheguei a uma conclusão: Nós devemos parabenizar uma pessoa por algum êxito ou alguma conquista. Por exemplo: O cara que passou em um vestibular superconcorrido merece os parabéns, o time campeão de um torneio dificílimo também. Já o aniversariante não. O que o aniversariante fez de bom pra merecer os parabéns? Ficou mais velho?
Talvez em meio à guerra no Oriente Médio ou na periferia de São Paulo isso faça algum sentido, pois o fato da pessoa se manter viva e completar mais um ano de vida é um grande êxito, mas nós?
Certa vez foi meu aniversário, e um super amigo me ligou. Ficamos quase uma hora no telefone e ele não me deus os parabéns. Eu sabia que ele ligou pela ocasião, mas começamos a bater papo e a conversa mudou de rumo. Eu fiquei chateado pela falta de atenção dele. “Como assim me liga e não dá os parabéns? Que absurdo!!!” Mas a partir de hoje penso diferente. Quem me dera se ele tivesse feito isso de propósito. Não tinha nada que me parabenizar mesmo.
Continuando o raciocínio, fico pensando nos casais de namorados, que contam cada dia de namoro e a cada mês trocam presentes e saem pra comemorar. Tem até aqueles que contam dias, horas, minutos e segundos. Comemorar o quê? Uma relação decente é atemporal, mas parece que estão fazendo um sacrifício. E fulanos e fulanos enchem o peito pra dizer: “meu namoro já dura 2 anos, 7 meses e 14 dias”. Prestem atenção no “já dura”. Então, uma coisa que era pra passar despercebido, vira uma obsessão, Ai de fulano se ele esquecer que no dia tal completou mais um mês de namoro. Bom, sejamos sensatos, um casal que comemora 25 ou 50 anos de casados tem mais é que comemorar. Esses sim merecem os parabéns, Porque passar 25 anos dormindo e acordando ao lado da mesma pessoa é uma tarefa e tanto.
A partir de hoje vou economizar os parabéns, só me darei ao trabalho de parabenizar alguém que fez alguma coisa muito boa, caso contrário esqueçam. E não me venham encher a paciência porque esqueci do teu aniversário que é capaz de ouvirem o que não querem.
Quero que todos me liguem no dia do meu aniversário: pra bater um papo, contar as novidades e tudo mais, mas ai de quem vier me dar os parabéns, corre o risco de levar um xingo, pois quem fala besteira escuta besteira, já dizia o outro.

OBS: caso alguém queira me ligar e desejar um "feliz aniversário", ta aí o tel. (19) 9173-0275.

terça-feira, fevereiro 22, 2005

Clóvis Camargo em: “A revanche”

O Clóvis tinha cara de tudo, menos de craque da bola. Tinha miopia e astigmatismo, ou seja, usava um baita fundo de garrafa. Além disso, era branquelo, magrelo e feio pra diabo.
No colégio todos conheciam a sua paixão pela bola. Era o melhor da classe.
- Futebol com os amigos ou cineminha com a Joyce?
- Que Joyce, que nada! Mil vezes futebol – dizia ele.
Aos domingos? Pacaembu, é claro. Como todo bom corintiano.
Passava o dia todo no colégio. De manhã estudava e a tarde jogava futebol.
Nota 10? Só em Educação Física.
A mãe, preocupada com o futuro do menino Clóvis, resolveu coloca-lo em outro colégio, onde o ensino era bem mais puxado.
Depois de intermináveis brigas e muita reclamação, lá se foi o Clóvis para o novo colégio. Estava na 6ª série e não conhecia ninguém. Era tímido e, por isso, ficou quieto no seu canto. Porém, seus olhos brilharam quando viu alguns garotos chutando um pote de “Dan`up” cheio de papel dentro. Sentiu-se em casa.
- Ei, posso jogar também?
- Sai daqui seu “nerd”, “quatro olho”. Vai ler gibi, vai!
Não se conteve e foi pra briga. Levou uma tremenda surra e acabou com qualquer chance de entrar pra turma da bola.
Três meses depois veio o ultimato.
- Ou você me põe de volta no antigo colégio ou eu fujo de casa.
Preocupada, a mãe de Clóvis aceitou o apelo.
Repetiu de ano por três vezes, mas nada o tirava de lá. E foi lá, quando já estava no 2º colegial, que disputou o primeiro campeonato entre os colégios da região.
Valia vaga para semi-final quando o seu time enfrentou o antigo colégio. Clóvis, que havia passado por uma cirurgia, antecipou a sua volta às quadras.
Estava caminhando para o banco de reservas, onde começaria a partida, quando foi chamado de “nerd” e “quatro olho” mais uma vez. Com cinco minutos de jogo, o Clóvis implorou para o treinador coloca-lo.
Placar final: 6 x 4. Cinco gols do Clóvis, que por sinal, jogava na defesa.

Escrito por: Michel Seadini

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Três dias e três cenas

Eu não gosto de sair às ruas e me deparar com a realidade. Prefiro o conforto da minha casa ou da minha mesa de escritório. Quando se está trancado, em seu mundo, as coisas tristes do nosso dia-a-dia ficam mais distantes.
Nestes últimos três dias me deparei com três cenas que me tocaram demais.

1ª CENA:
Quarta-feira, 16/02/05, por volta das 17h, estava voltando de um cliente e vi um movimento de pessoas na rua. Um carro estava parado numa das pistas, dando proteção para a velhinha que acabara de ser atropelada. Ela estava caída de bruços e parecia definhar aos poucos. Respirava com muita dificuldade. O carro que havia atropelado a Velha estava parado mais à frente e um homem andava de um lado para o outro desesperado. Uma garota com o uniforme do Colégio ligava para o Resgate.
Pensei que só atrapalharia se parasse ali e segui em frente, refletindo sobre como tudo pode se esvair de um momento pro outro. Inclusive, comentei sobre isso com uma pessoa muito querida no telefone.
No dia seguinte descobri que a velhinha chama-se Inês Ap. de Menezes e faleceu à caminho do hospital.

2ª CENA:
Quinta-feira, 17/02/05, por volta das 19h15, eu estava indo para a faculdade. Quando passava por uma pequena estrada que serve de acesso ao Campus, comecei a receber sinais de farol alto. Em princípio pensei que fosse pelo fato do meu carro estar sem a placa dianteira, mas logo pude perceber o que houve: quase não se enxergava a Belina marrom em meio ao fogo e a fumaça. Ainda me assustei com uma pequena explosão no exato momento em que ultrapassava o carro em chamas. Enquanto isso um homem tentava inutilmente apagar o fogo com um extintor de carro.
Um senhor, duas senhoras e o nítido abatimento junto ao acostamento.

3ª CENA:
Sexta-feira, 18/02/05, aproximadamente 11h45 e um sol de 30 graus. Parei no semáforo e um sujeito simpático me abordou com uma caixa de drops na mão. Calmo, sem se fazer de vítima, ele me ofereceu o “freegels” por um real. Disse que precisava ajudar os irmãos mais novos que estavam com fome. Diferente da maioria das pessoas que encontro nos semáforos, esse sujeito me pareceu sincero e confiável. Não tinha um real, mas deu uma moeda de 50 centavos e não pedi nada em retribuição. Enquanto minha mente viajava nos bons modos do sujeito, olhei no retrovisor e pude ver ele batendo no vidro de um Honda Civic. Dentro do carro, refrescando-se em seu ar-condicionado, estava uma madame, com olhar de nojo, mas sem coragem de encarar o sujeito.
O sinal esverdeou e a madame arrancou. Sem se importar com o sujeito que derretia no sol.

A realidade dói demais. Melhor ver tudo pela TV, trancado, no conforto do teu lar.

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Clóvis Camargo em: "A difícil tarefa"

O anúncio no site dizia: “Está sozinho? Arrume uma namorada com apenas dois cliques”. E lá foi o Clóvis.
Analisou vários perfis até encontrar a Rosângela. No site dizia que ela tinha 1,74m, 52Kg e era morena de olhos verdes. Cursava Farmácia e amava a natureza. Só havia um probleminha: ela morava em Curitiba e ele em São Paulo. Mesmo assim o Clóvis não resistiu e mandou um beijo virtual. Em poucos dias recebeu a resposta. A Rosângela havia adorado o perfil do Clóvis.
Começaram a conversar pela internet e deram-se maravilhosamente bem, mas a Rosângela nunca quis mandar a sua fotografia. Ela não queria que ele se apegasse à beleza física dela. O Clóvis tinha lá suas dúvidas, mas cada vez mais desejava a garota, e vice-versa. Estavam apaixonados.
Chegou o carnaval e o Clóvis decidiu trocar o agito pelos olhos verdes do seu mais novo amor. E lá foi o Clóvis, com um embrulho na mão.
Entrou no ônibus, sentou-se na última poltrona e ficou contando os minutos.
No meio da estrada o ônibus parou e subiram duas pessoas: Um sujeito magro de bigode e uma loirinha simpática. Adivinhem onde a loira sentou-se?
- Bah, tô tri cansada! – disse a loira.
- Cê é gaúcha? – fez a pergunta óbvia o Clóvis.
- Como tu sabe, guri? – respondeu cantando a guria.
E assim o papo começou a fluir. Após 20 minutos estavam super entrosados. Ele não conseguia esquecer que se tratava de uma gaúcha. Afinal, todos nós sabemos que gaúcha é outro papo, outro nível. Mesmo não sendo lá essas coisas.
Quando Clóvis se deu conta o ônibus já estava quase em Curitiba. Lembrou-se de Rosângela e sentiu um frio na barriga.
Quando o ônibus parou na rodoviária a gaúcha lhe surpreendeu com um beijo.
Clóvis levantou-se e, sem dizer nada, foi em direção a saída. Antes de descer os degraus parou e perguntou ao motorista quanto deveria pagar para continuar a viagem. Pagou e voltou ao seu lugar, onde entregou o embrulho à gaúcha.
Não quis trocar o certo pelo duvidoso. E além do mais, ela era gaúcha.
E lá ficou a Rosângela, mil vezes mais bela que a gaúcha, com um presente para o Clóvis nas mãos.

OBS: Eu estou disposto a pagar muito bem àquele que conseguir me explicar o uso da "crase" em todas as suas variações. Eu insisto em dizer que serei escritor e a dona Gramática insiste em rir, com desprezo, da minha cara.
- Fique esperta heim! Te pego na saída.

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Se a mentira acabar

Não,
Não vai não.
Que o teu orgulho encontra um canto pra ficar.
Deixa a dor pra depois,
Pensa em nós dois,
Que todo o resto o tempo cuida de apagar.

Não invente um novo rumo dessa vez,
Lembra que o abismo tem lugar pra te abrigar.
Se o mundo é triste, ainda sim eu quero a sorte.
Não quero norte, meu bem,
Deixa pra lá.

Eu quero paz, eu quero espaço.
Quero um banho de água quente pra cuidar do meu cansaço.
Não faça plano dos meus planos que eu desfaço.
Pegue o teu destino, siga passo a passo.
Na hora certa tu encontras teu pedaço.

Desarme a força bruta e vem pra luta.
No teu suspiro é que eu me vejo sufocar.
Já imagino qual seria a tua desculpa.
Não perca tempo querendo me impressionar.

Se você está achando que eu escrevi essa canção para alguma garota ou para qualquer outra pessoa, está redondamente enganado.
Por favor, releia a música e saiba que ela foi escrita pra mim mesmo. Do Michel "razão" para o Michel "emoção".
Essa é uma das minhas letras preferidas.

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

O espírito ridículo

Conforme o prometido, aí vai um texto da minha talentosa amiga "Birla". Já coloquei outros na fila de espera. Espero que o mau-humor bem humorado da Birla agrade. risos.
Agora é com ela.

Carnaval. Faltam poucos dias para os simples mortais despejarem cerveja, gritos e rebolados nas ruas e clubes, mas as indefectíveis canções (?) já podem ser ouvidas ao fundo, como se um imenso trio elétrico se aproximasse não só da cidade, como do Brasil.
Eu, na rabugenta expectativa de não ser incomodada com a empolgação dos foliões, me distraio com o Ridículo, o espírito do carnaval. Sim, se o Natal tem o espírito... Natalino, o Carnaval tem seu espírito Ridículo. Há também casos em que o carnaval é visitado pelo espírito de Porco, que não passa de um discípulo do Ridículo e dispensa apresentações - vide blocos de pré-adolescentes bolinando as mulheres no salão.
Um exemplo: estava eu a caminhar tranqüilamente pelas ruas do centro, quando decidi comprar pães, presunto e queijo para um saudável e solitário jantar. Entrei em uma das mais afamadas padarias daquela região (fama que não se justifica e que existe para sustentar os preços, que, por sua vez, mantêm a decoração...) e me deparei com uma simpática atendente, vestindo o uniforme tradicional e uma tiara de arame bastante torta, de onde surgiam anteninhas cintilantes. As antenas eram prolongações não muito longas, o que fazia com que os resplandecentes fios de plástico azuis caíssem sobre seus olhos e balançassem como pêndulos. Conforme ela se movia, ficava cega do olho esquerdo, depois do direito e então do esquerdo de novo, etc.
Consternada, decidi escolher o queijo prato ao invés da mussarela, pois pensei que, sendo mais gorduroso, minha aorta entupirá mais rápido - torço para que seja um infarto fulminante, sem tempo para arrependimentos. Enquanto aguardava que a moça das antenas embrulhasse meu jantar e escolhia um belo maço de cigarros light como sobremesa, notei que havia outro par de fios metálicos circulando pela padaria, mas - viva a diversidade – esse era ornado com bolinhas de isopor desbotadas e desalinhadas.
Quase me esqueço de um detalhe: um aparelho de som animava o ambiente com um enredo de escola de samba. Tentei desvendar a qual escola pertencia, mas o volume estava tão alto e estridente que era impossível entender o que o “puxador” dizia.
Não imaginava que o Ridículo poderia invadir uma padaria assim, em uma terça-feira, mas depois me dei conta que eu mesma já fui tomada pelos fulgurantes instintos carnavalescos: há anos atrás me entreguei ao ensaio exaustivo de uma coreografia de axé dentro do quarto de uma prima. Possuída pelo Ridículo, queria evitar a vergonha de dançar mal, como se isso já não fosse suficientemente vergonhoso.
Sei que, daqui a uma semana, sentirei falta desse feriado prolongado, mesmo com toda a batucada, o suor e as dancinhas maliciosas. Porém, terei que me precaver mais no próximo ano, pois assim como o espírito Natalino pode saltar do peru a qualquer momento e obrigar-nos a rezar pela paz na Terra, o Ridículo é traiçoeiro o suficiente para nos convencer de que uma “reboladinha” em cima da garrafa é sinônimo de diversão.

Escrito por Fabíola Cunha
03/02/2005

quarta-feira, fevereiro 09, 2005

Todo carnaval tem seu fim... Mas nem todo fim é ruim!

Pensei em escrever um texto qualquer para falar sobre o meu carnaval, e sobre o carnaval de maneira geral. Recebi um texto ótimo na minha grande amiga Fabíola, a famosa "Birla". O texto dela será o próximo post. Hoje quero falar do meu carnaval, ou melhor, do meu fim de carnaval:
Passei um carnaval pensativo, tentando digerir algumas palavras do meu "irmão" Erick Gallani, sobre vaidade, auto-afirmação e etc. Não foi um carnaval ruim, mas sim diferente. Senti saudade de muita coisa, de muita gente.
Nessa madrugada, quando estava deitado conversando com o pessoal, meu celular tocou. Dele veio uma voz que há muito eu não ouvia, mas que trocaria qualquer folia de carnaval para ouvir.
Era uma voz triste e sofrida, de quem só queria ouvir a voz consoladora de uma pessoa que a amasse. Conversamos durante horas: Choramos juntos, sorrimos juntos e sofremos a distância juntos. Sofremos, é verdade, mas ambos exibiamos um lindo sorriso de criança em nossos corações. Estávamos juntos.
E foi essa voz que fez renascer a alegria carnavalesca em mim.

Para essa voz dedico a frase:
"As vezes sinto um medo infantil de que tudo dê errado demais. Mas então tenho você ao meu lado, e se está tudo errado, vem você e me refaz." - Franklyn Gallani -

Ouvindo: Último Romance - Los Hermanos

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Clóvis Camargo em: “Traição de carnaval não sobe a serra”.

Faltava uma semana para o carnaval e a casa em Ubatuba já estava alugada.
A turma toda já havia confirmado presença, menos o Clóvis. Passava horas no espelho ensaiando uma desculpa para a sua namorada Lívia.
- E aí Clóvis, já decidiu o que fazer no carnaval?
- Então minha flor, meu pai e meu tio estão exigindo que eu vá com eles pescar no Pantanal. Você ficaria muito chateada?
- Chateada eu vou ficar, mas se seu pai exige – respondeu chorosa.
E lá se foi a turma toda pra Ubatuba. Todo mundo se divertindo muito, mas de cinco em cinco minutos o Clóvis se lamentava:
- Tadinha dela. Eu aqui na farra e ela lá trancafiada. Ela não merece.
- Larga mão de ser frutinha, Clóvis. Carnaval é carnaval, pombas!
E logo o Clóvis se esquecia dela, e depois lembrava, mas depois esquecia.
Mas de uma coisa a Lívia não podia reclamar: o Clóvis se manteve fiel durante todos os dias. “Mentiroso sim, infiel jamais” – dizia ele.
Na terça-feira, foram para a avenida principal. Todos já estavam com o seu “esqueminha fim de noite”, mas o Clóvis não.
Os amigos tentavam a todo custo arranjar alguém pro Clóvis
- Clóvis, essa é a “Wanessinha Tutti-fruti”.
- Oi, você que é o Clóvis C., o famoso “genro que mamãe pediu a Deus”.
- Sim, mas me dê licença que eu vou buscar uma birita.
O amigo ia atrás.
- Larga mão de ser tonto Clóvis. Já que tá no inferno, abraça o capeta!
- Não, isso não. Mentiroso sim, infiel jamais. A coitada não mer...
- Tá bom, Clóvis. Tá bom. A gente já sabe que ela não merece.
No som dos carros o axé no último volume e a mulherada toda se exibindo.
Foi então que um caminhão cheio de mulheres na carroceria, com o peito à mostra, desviou toda a atenção na avenida... e nele estava a doce Lívia.
O Clóvis fez que não viu, a Lívia fez o mesmo e a turma azucrinou o Clóvis.
Nenhuma palavra foi dita e o namoro seguiu em frente.

OBS: Baseado no arquivo de memórias de José Carlos B. Pasqual.

Escrito por: Michel Seadini e Henrique Nunes


PS: Deixo esse Clóvis Camargo especial de carnaval e vou para a folia hoje a noite. Até semana que vem, pessoal. Meu Speedy chega na quinta que vem.
Um forte abraço e um ótimo carnaval para todos!!!