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sexta-feira, fevereiro 11, 2005

O espírito ridículo

Conforme o prometido, aí vai um texto da minha talentosa amiga "Birla". Já coloquei outros na fila de espera. Espero que o mau-humor bem humorado da Birla agrade. risos.
Agora é com ela.

Carnaval. Faltam poucos dias para os simples mortais despejarem cerveja, gritos e rebolados nas ruas e clubes, mas as indefectíveis canções (?) já podem ser ouvidas ao fundo, como se um imenso trio elétrico se aproximasse não só da cidade, como do Brasil.
Eu, na rabugenta expectativa de não ser incomodada com a empolgação dos foliões, me distraio com o Ridículo, o espírito do carnaval. Sim, se o Natal tem o espírito... Natalino, o Carnaval tem seu espírito Ridículo. Há também casos em que o carnaval é visitado pelo espírito de Porco, que não passa de um discípulo do Ridículo e dispensa apresentações - vide blocos de pré-adolescentes bolinando as mulheres no salão.
Um exemplo: estava eu a caminhar tranqüilamente pelas ruas do centro, quando decidi comprar pães, presunto e queijo para um saudável e solitário jantar. Entrei em uma das mais afamadas padarias daquela região (fama que não se justifica e que existe para sustentar os preços, que, por sua vez, mantêm a decoração...) e me deparei com uma simpática atendente, vestindo o uniforme tradicional e uma tiara de arame bastante torta, de onde surgiam anteninhas cintilantes. As antenas eram prolongações não muito longas, o que fazia com que os resplandecentes fios de plástico azuis caíssem sobre seus olhos e balançassem como pêndulos. Conforme ela se movia, ficava cega do olho esquerdo, depois do direito e então do esquerdo de novo, etc.
Consternada, decidi escolher o queijo prato ao invés da mussarela, pois pensei que, sendo mais gorduroso, minha aorta entupirá mais rápido - torço para que seja um infarto fulminante, sem tempo para arrependimentos. Enquanto aguardava que a moça das antenas embrulhasse meu jantar e escolhia um belo maço de cigarros light como sobremesa, notei que havia outro par de fios metálicos circulando pela padaria, mas - viva a diversidade – esse era ornado com bolinhas de isopor desbotadas e desalinhadas.
Quase me esqueço de um detalhe: um aparelho de som animava o ambiente com um enredo de escola de samba. Tentei desvendar a qual escola pertencia, mas o volume estava tão alto e estridente que era impossível entender o que o “puxador” dizia.
Não imaginava que o Ridículo poderia invadir uma padaria assim, em uma terça-feira, mas depois me dei conta que eu mesma já fui tomada pelos fulgurantes instintos carnavalescos: há anos atrás me entreguei ao ensaio exaustivo de uma coreografia de axé dentro do quarto de uma prima. Possuída pelo Ridículo, queria evitar a vergonha de dançar mal, como se isso já não fosse suficientemente vergonhoso.
Sei que, daqui a uma semana, sentirei falta desse feriado prolongado, mesmo com toda a batucada, o suor e as dancinhas maliciosas. Porém, terei que me precaver mais no próximo ano, pois assim como o espírito Natalino pode saltar do peru a qualquer momento e obrigar-nos a rezar pela paz na Terra, o Ridículo é traiçoeiro o suficiente para nos convencer de que uma “reboladinha” em cima da garrafa é sinônimo de diversão.

Escrito por Fabíola Cunha
03/02/2005