Clóvis Camargo em: “A revanche”
O Clóvis tinha cara de tudo, menos de craque da bola. Tinha miopia e astigmatismo, ou seja, usava um baita fundo de garrafa. Além disso, era branquelo, magrelo e feio pra diabo.
No colégio todos conheciam a sua paixão pela bola. Era o melhor da classe.
- Futebol com os amigos ou cineminha com a Joyce?
- Que Joyce, que nada! Mil vezes futebol – dizia ele.
Aos domingos? Pacaembu, é claro. Como todo bom corintiano.
Passava o dia todo no colégio. De manhã estudava e a tarde jogava futebol.
Nota 10? Só em Educação Física.
A mãe, preocupada com o futuro do menino Clóvis, resolveu coloca-lo em outro colégio, onde o ensino era bem mais puxado.
Depois de intermináveis brigas e muita reclamação, lá se foi o Clóvis para o novo colégio. Estava na 6ª série e não conhecia ninguém. Era tímido e, por isso, ficou quieto no seu canto. Porém, seus olhos brilharam quando viu alguns garotos chutando um pote de “Dan`up” cheio de papel dentro. Sentiu-se em casa.
- Ei, posso jogar também?
- Sai daqui seu “nerd”, “quatro olho”. Vai ler gibi, vai!
Não se conteve e foi pra briga. Levou uma tremenda surra e acabou com qualquer chance de entrar pra turma da bola.
Três meses depois veio o ultimato.
- Ou você me põe de volta no antigo colégio ou eu fujo de casa.
Preocupada, a mãe de Clóvis aceitou o apelo.
Repetiu de ano por três vezes, mas nada o tirava de lá. E foi lá, quando já estava no 2º colegial, que disputou o primeiro campeonato entre os colégios da região.
Valia vaga para semi-final quando o seu time enfrentou o antigo colégio. Clóvis, que havia passado por uma cirurgia, antecipou a sua volta às quadras.
Estava caminhando para o banco de reservas, onde começaria a partida, quando foi chamado de “nerd” e “quatro olho” mais uma vez. Com cinco minutos de jogo, o Clóvis implorou para o treinador coloca-lo.
Placar final: 6 x 4. Cinco gols do Clóvis, que por sinal, jogava na defesa.
Escrito por: Michel Seadini
No colégio todos conheciam a sua paixão pela bola. Era o melhor da classe.
- Futebol com os amigos ou cineminha com a Joyce?
- Que Joyce, que nada! Mil vezes futebol – dizia ele.
Aos domingos? Pacaembu, é claro. Como todo bom corintiano.
Passava o dia todo no colégio. De manhã estudava e a tarde jogava futebol.
Nota 10? Só em Educação Física.
A mãe, preocupada com o futuro do menino Clóvis, resolveu coloca-lo em outro colégio, onde o ensino era bem mais puxado.
Depois de intermináveis brigas e muita reclamação, lá se foi o Clóvis para o novo colégio. Estava na 6ª série e não conhecia ninguém. Era tímido e, por isso, ficou quieto no seu canto. Porém, seus olhos brilharam quando viu alguns garotos chutando um pote de “Dan`up” cheio de papel dentro. Sentiu-se em casa.
- Ei, posso jogar também?
- Sai daqui seu “nerd”, “quatro olho”. Vai ler gibi, vai!
Não se conteve e foi pra briga. Levou uma tremenda surra e acabou com qualquer chance de entrar pra turma da bola.
Três meses depois veio o ultimato.
- Ou você me põe de volta no antigo colégio ou eu fujo de casa.
Preocupada, a mãe de Clóvis aceitou o apelo.
Repetiu de ano por três vezes, mas nada o tirava de lá. E foi lá, quando já estava no 2º colegial, que disputou o primeiro campeonato entre os colégios da região.
Valia vaga para semi-final quando o seu time enfrentou o antigo colégio. Clóvis, que havia passado por uma cirurgia, antecipou a sua volta às quadras.
Estava caminhando para o banco de reservas, onde começaria a partida, quando foi chamado de “nerd” e “quatro olho” mais uma vez. Com cinco minutos de jogo, o Clóvis implorou para o treinador coloca-lo.
Placar final: 6 x 4. Cinco gols do Clóvis, que por sinal, jogava na defesa.
Escrito por: Michel Seadini
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