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segunda-feira, maio 02, 2005

Clóvis Camargo em: "Um dia é da caça. O outro não se sabe"

O Clóvis teve uma infância muito perturbada. Era um garoto feio. Além de feio, era gordo. Além de feio e gordo, era bobo. O “Ó do borogodó”.
Nas gozações do pessoal do colégio, era o mais visado. Quando alguém se tornava o alvo da turma, logo desviava o foco para o Clóvis. E assim foi...
Quando passou a terrível fase da puberdade, o Clóvis esticou, emagreceu e ficou mais esperto. Ao completar 18 anos e ganhar um carro, se tornou o garanhão da turma. Mas guardava uma terrível mágoa dentro do peito, e começou a descontar nas garotas. Sempre com muita sutileza.
Era o seguinte: O Clóvis começava a sair com uma garota até conseguir uma noite de sexo. Quando a garota acordava ele simplesmente não estava mais lá. Sumia e pronto.
Com ele não tinha conversa. Dizia que os seres humanos eram todos horríveis e que mereciam apanhar muito na vida, “que é pra largar a mão de ser besta”. E ouvia de tudo:
- Pega leve, Clóvis – dizia um.
- Um dia você vai se apaixonar e vai levar o troco – dizia o outro.
Mas ele dava de ombros. Era um homem obstinado.
Certo dia conheceu a Maristela. Um baita avião. Daquelas pra fazer um busto e colocar no jardim de casa. Diziam que Deus fez a Maristela numa manhã ensolarada de domingo, com toda a calma do mundo. Ele apenas sorria, satisfeito.
O namoro começou a esquentar. A expectativa dos amigos também:
- Duvido que ele larga essa – dizia um.
- Não faça besteira, ouviu Clóvis? – dizia o outro.
A verdade era que o Clóvis não sabia o que fazer. Gostava da Maristela.
Acabou percebendo que descontar no presente as frustrações do passado era uma grande bobagem, e que já estava na hora de levar alguém a sério.
Preparou “aquele” jantar, comprou “aquele” vinho, “aquele” buquê de rosas e ficou esperando a Maristela chegar.
Teve a melhor noite de sua vida. Quando acordou, pronto para pedir a Maristela em casamento, se deparou com a cama vazia e um bilhete em cima da cômoda. No bilhete uma única frase escrita: “Comigo não, violão”.
Pois é, a fama do Clóvis já havia se espalhado.