Eu, a vizinha bonita e o homem das mãos.
Nove da manhã:
Isso são horas?
Você chega com essa moto podre e esse topete horroroso, encosta a vizinha bonita na parede e fica exibindo a tua sorte, em plena luz do dia.
Quantas mãos você tem, seu filho da puta?
Será que dá pro senhor fazer a gentileza de tirar a mão da bunda dela? Porque eu fico aqui dando duro o dia inteiro e você nessas de ostentar a vizinha bonita. Eu meto uma bala na tua cabeça qualquer hora. E levo a vizinha bonita comigo. Na garupa da tua moto, entendeste?
Onze e quarenta e cinco da manhã:
E ainda tem a pachorra de sair acelerando essa porcaria, pra que eu perca o trecho mais bacana da música que mais gosto (minha única distração nessa rotina filha de uma puta).
Tomara que você seja atropelado por um caminhão assim que virar a esquina. Isso me pouparia todo o trabalho de arranjar um berro, enfiar uma bala na tua cabeça e fugir pra algum lugar do Mato Grasso.
Até porque eu ando sem tempo pra te matar, sabe? O trabalho e a faculdade tão me deixando maluco.
Uma e quinze da tarde:
- Pai, cê viu o tumulto que tá na avenida?
- É, parece que um caminhão atropelou um cara de moto. Acho que o sujeito já era.
Dia seguinte, às nove em ponto.
Vou até a porta e lá está você, com essa moto podre e as suas oitocentos e quarenta e sete mãos pra cima da vizinha bonita.
Tomara que caia um raio na tua cabeça. Isso me pouparia o trabalho de arranjar um berro, enfiar uma bala na tua cabeça e fugir pra algum lugar do Mato Grosso.
Até porque eu ando sem tempo pra te matar, sabe? O trabalho e a faculdade tão me deixando maluco.
E olha que o tempo tá fechando, hein!!!
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