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sexta-feira, dezembro 17, 2004

O fardo que se carrega

Há dois dias atrás eu me machuquei jogando futebol (ninguém manda ser craque né?). Mas se vocês acham que eu estou escrevendo esse post para me gabar das minhas habilidades futebolísticas estão redondamente enganados. Vou falar de coisa séria.

Ontem fui à clínica de ortopedia para ver o que realmente havia acontecido comigo. Liguei antes e a simpática recepcionista disse que ela me encaixava entre uma consulta e outra. Fui.
Lá chegando fui obrigado a responder um questionário para a atendente (Não sei pra quê, se depois ela vai me mandar esperar de qualquer jeito)... Dizem que são coisas de praxe (Num gosto dessa palavra)... Conforme o esperado, ela me pediu para aguardar... Aguardei por mais de uma hora até que ela me mandasse esperar no corredor... Mais cinco minutos e aparece o doutor:

- Vamos lá, campeão?
- Opa. Vamos sim - respondi enquanto mancava em direção à sua sala.
- O que aconteceu aí, rapaz?
- Eu tava jogando bola e trombei com o goleiro e blá, blá, blá...
- Então vai lá e tira um Raio-X da região do "ilíaco" pra eu dar uma olhada.

Fui.
Chegando na porta da sala fui recebido por um homem negro, alto e desajeitado que me disse: "Precisa pegar a ficha com a atendente".
Mais cinco minutos e volto com a tal ficha.

O homem negro pediu que eu entrasse na sala e esperasse. Ele me perguntou se era o pé e eu lhe expliquei que era no ilíaco (conforme me explicou o doutor).
Então o homem negro tratou de ajeitar a máquina, empurrar a maca pro outro lado e me colocar na posição para tirar a chapa. Estava na cara dele que ele nunca tinha passado por aquela situação antes. Acho que era novo no emprego e se deparava, pela primeira vez, com a tarefa de tirar uma chapa do "ilíaco".

Com uma voz baixa e tímida, me pediu para esperar, estava nervoso. Eu olhava diretamente nos olhos dele, como quem quisesse dizer: "Calma rapaz, eu imagino o que você deve estar passando e terei toda paciência do mundo", mas ele não tinha coragem de me encarar, estava visivelmente nervoso. Me pareceu se sentir culpado por me fazer esperar, por ser novo no emprego e etc.

Alguns minutos depois e ele voltou, colocou-me novamente na posição e tentou achar o foco da região exata. As mãos estavam trêmulas. Depois pediu para que eu não me mexesse e fez a chapa. Em seguida levou o resultado para um outro rapaz que voltou junto com ele e me disse:

- Vamos ter que tirar outra. essa não ficou boa.

Colocou-me na posição e explicava impacientemente para o homem negro onde ficava o ilíaco. O homem negro apenas concordava, em voz baixa. Como quem estivesse pedindo desculpas por não ter experiência, por não ter tido oportunidade... e por ser negro também.

OBS: Texto publicado originalmente dia 09/10/04, no antigo calatemundo.